segunda-feira, 2 de março de 2009

Reportagem "Quadrada" de Santiago...

Eu vi no Jornal da Lixa,
Numa página central,
Que um grupo de “Bttistas”
Vai sair de Portugal.

Com partida a vinte e um
E regresso a vinte e três,
Vão à “Plaza do Obradoiro”
Este ano, mais uma vez.

Com algum atrevimento,
Lancei o barro à parede…,
Se houver carro de apoio,
Podiam levar-me nele!…

Simpático, o presidente
De imediato respondeu
Que sim, fiquei encantado
E assim tudo aconteceu:

Na Junta de Freguesia
Se fez a concentração,
Marcada p’ra as sete e trinta
P’ra haver organização.

Vejo com muita alegria
Que, para além do presidente,
São todos muito simpáticos…,
Conheço ali mais gente.

Faz de secretário o Nuno
Que leva as credenciais
Para serem carimbadas
Nos mais diversos locais.

Zé Marinho, Pedro Pinto,
Matosa, vem de Lisboa,
Luís, Bruno, Pedro Teles,
Gente simpática e boa.

Conduz o carro de apoio,
Que “geocasher” que ele é,
Cunhado do Zé Marinho,
O amigo Agostinho Zé.

Temos p’ra o primeiro dia
Três grandes aventureiros:
Raquel, Pedro e Tozé,
Também são “geocasheiros”.


Após a fotografia
De conjunto, à saída,
Foi, cerca das oito e quinze,
Dada a ordem de partida.

No “outdoor” do “Caminho
Português de Santiago”,
Há nova fotografia
E vai buscar-se o atrelado.

P’ra levar o merendeiro,
Seguimos pela “Lili”,
Que, na véspera, o presidente
O mandou fazer ali.

É o primeiro carimbo
Da Junta de Freguesia,
Carimba a segunda vez
Manuel, Fernandes & Faria.

Seguimos p’ra Guimarães,
Onde, em frente à inscrição
“Aqui nasceu Portugal”,
Se fez a reunião.

Nova foto de conjunto,
Curiosidade é geral,
Rumamos todos a Braga…,
Fica p’ra trás o Toural.

Na Esquadra da Polícia
Um carimbo se pediu.
E o plantão, “que simpático”!?...
Logo o pedido cumpriu.

Nunca é demais realçar
A boa disposição
Que, desde a primeira hora,
Se vive no pelotão.

Começam os “geocashers”,
Falando a sua linguagem,
A programar quais as “cashes”
Que vão fazer na viagem.

Enquanto estamos à espera,
Em Braga, pelo p’lotão,
A da Fonte das Parretas
Fica ali, mesmo à mão.


Pára o carro e, de repente,
Buscam os quatro “cashistas”
Uma lata de salsichas,
Discretos, sem dar nas vistas!...

Sem saber o quê, nem como,
Eu vou, também, procurar.
Passamos a pente fino
Os arbustos, sem parar!...

Perguntam o que é que andamos
Lá no jardim a fazer…
É um jogo, nós procuramos
O que outro veio esconder!...

Como nada descobrimos,
Daquilo que procuramos,
Não nos damos por vencidos,
Mas, antes, argumentamos:

Devem ter limpo o jardim
E a lata deitado ao lixo…
Vou mandar um “mail” ao dono
Da “cash” a informá-lo disso.

Vamos p’ra a Sé Catedral,
Que devem estar a aparecer
Os BTT Margaride
E podem algo querer.

Comem fruta e barritas
Energéticas que dão,
P’ra prosseguir o caminho,
Energia ao pelotão.

Seu GPS de luxo
O Matosa traz ligado
E qualquer ponto de interesse
Ali fica registado.

Horários, coordenadas…,
Tudo ali ele regista
Com indicações precisas
Do itinerário, da pista.

Para pôr novo carimbo,
Vai à Sé o secretário.
E, quando está tudo pronto,
Retoma-se o itinerário.


Vamos em busca de Prado,
Onde o Nuno, em Francelos,
Na Capela Santiago,
Pede p’ra pôr novos “selos”.

Já faz parte do roteiro
A foto dos BTT’S
Que em Moure, no “eucalipto”,
Lá param, mais uma vez!...

Nova foto no cruzeiro
E, a seguir, juntos vamos,
Para ver se um lugar próprio
Para almoçar encontramos.

E é próximo do Túmulo
E Torre de Penegate,
Que paramos e tiramos
O reboque do engate.

Junto à Igreja e fontanário
“Milagroso”, de água branca,
Dá-se o assalto ao merendeiro,
C’o reboque feito banca.

Panados, rissóis, bolinhos,
Fruta, bebidas e pão,
Temos ali no atrelado
À nossa disposição.

Foi um alegre convívio
O que ali aconteceu…
Contaram-se as peripécias,
Enquanto ali se comeu.

Os dois Pedros e o Bruno
Têm muito que contar…
Não dão a vez a ninguém…,
Atropelam-se a falar!...

Vão visitar Penegate
Os três primos e o Machado.
Procuram atrás da Torre,
Mas…, só canas e um silvado!...

Vai-se embora o pelotão,
Chega o Agostinho Zé
A desafiar p’ra a “cash”
Escondida ali ao pé.

Só com dicas “quente, frio,
Mais p’ra a esquerda, não direita,
Mais p’ra cima”…, na raiz
A coisa, por fim se ajeita!...

Arrasta-se o atrelado
P’ra dar a volta à carrinha
Que ali ficou estacionada
P’ra o Agostinho ir lá cima.

Os BTT’S vão no trilho
E nós vamos na carrinha,
Que o próximo reencontro
Vai ser em Ponte de Lima.

O carro de apoio chega
Primeiro, com grande avanço,
Mas o amigo “geocasher”
Ao grupo não dá descanso.

Não correu bem de manhã,
Lá, nas Parretas, em Braga…,
Mas agora, vai ser canja
Esta no Monte da Armada!...

A coisa começa mal…
Vamos p’lo caminho errado
E, lá temos nós, de novo,
Que arrastar o atrelado.

Resolvido este dilema,
Vamos no caminho certo
E vê-se o topo do monte
Acima de nós, bem perto.

Não se vislumbra caminho
E voltamos desolados,
Mas, já na descida, somos
C’o fracasso confrontados.

Não demos com o caminho?!...
A corta-mato não falha!...
Na “cash” que está lá em cima
Quero pôr esta medalha!...

O progresso é muito lento
E o topo sempre distante…
Parece competição…,
Que troféu tão importante!...


Bichos vermelhos e azuis,
“Cabeludos”, aos milhares…
Muitos morrem esmagados
Pelos nossos calcanhares!...

Escalam-se alguns penedos,
Chega-se ao ponto mais alto
E vê-se que há uma estrada
Até ao local, de asfalto!...

Nem cinco, a procurar,
Encontram o esconderijo,
Apesar do empenhamento
De todos, bem forte e rijo!...

O pelotão já passou
A ponte em Ponte de Lima.
E nós…, no Monte da Armada,
Mesmo no topo, lá em cima!...

Descemos a toda a pressa,
Mas, mesmo assim, demorámos
Uma hora a chegar lá
E já não os encontrámos.

Não encontrámos a “cash”,
Mas trouxemos um troféu!...
A caveira ede um cavalo?...
Que por ali faleceu!...

Aviaram-se sozinhos,
Tendo arrancado, em seguida,
Em busca de Rubiães,
Por uma íngreme subida.

Vai, também, p’ra Rubiães
O quinteto de “casheiros”
E, na chegada ao destino,
São desta vez, os primeiros!...

O Albergue está fechado,
Mas um casal de “pombinhos”
Já se encarregou da chave,
Pois são, também, peregrinos.

Ao quinteto de “casheiros”
É agora colocado
Outro grande desafio:
Tirar do engate o atrelado.


Só passado meia hora
Se deslocou a cavilha
Que permitiu o sucesso
Ao quinteto maravilha.

Despejámos a carrinha
E o tio e pai Agostinho
Vai entregar os “turistas”
À esposa, a meio caminho.

Quando chegou o pelotão,
Tínhamos banho tomado
E, para os nossos heróis,
Tudo estava preparado.

O secretário, à chegada,
Dá conta do seu azar,
Pois foi mergulhar num charco,
Pensando que ia escapar!...

Traz quatro novos carimbos
Postos nas credenciais:
Dois Cafés e um Construtor
E uma Farmácia mais.

Recebemos a visita
Do Presidente da Junta
Que vem dar o seu apoio…
Se está tudo bem pergunta.

Num gesto de simpatia
Para com o presidente,
O nosso chefe dá-lhe uma
“Garrafinha” de presente.

O carimbo do Albergue
Surge, também, na ribalta,
Chamado a carimbar
As credenciais da malta.

Uns, melhor, outros, nem tanto…,
Por incúria, ou distracção,
Todos assinam o livro,
Cada um por sua mão.

Também fica uma mensagem
No Livro de Honra do Albergue:
Parabéns à Junta e Câmara
Que esta obra alto ergue.


A bôla que, ao almoço,
Para o lanche foi poupada,
O nosso chefe a pediu…,
Dela já nada restava!...

Numa praia de nudismo
O Albergue é transformado!
Só que o banho é de chuveiro
E fica tudo encharcado.

Lá deitou mão da esfregona
O nosso chefe, simpático,
P’ra tentar limpar o chão,
Dando exemplo bem didáctico…

Um corrupio de banhos,
Lavagem de bicicletas,
Ocupou até às oito
Os nossos bravos atletas.

Finalmente estamos prontos
E vamos todos jantar
Ao Bom Retiro, sem antes
Termos ligado a marcar.

Chegámos e não havia
Nada pronto p’ra comer…
E um churrasquinho misto
Pedimos para fazer.

Não temos televisão
Na sala de refeições
E, p’ra amenizar a espera,
Buscam-se outras soluções.

O Bruno tem um arquivo
Repleto de hilariantes
Anedotas “com pimenta”
Que alegram os circunstantes.

Dá o telemóvel ao Pedro
Serafim que, com mestria,
Conta umas atrás de outras…
Uma autêntica razia!...

São gargalhadas a fio
À volta daquela mesa!...
Ali ninguém fala em crise…,
Nem há lugar p’ra a tristeza!...


Os “velhos de oitenta anos”
E a “loira que não tem jarra”
Levam a sessão ao rubro…,
É uma verdadeira farra!...

Entretanto, no assador,
Com a lanterna na mão,
O cozinheiro cozinha
As carnes p’ra a refeição.

P’ra alegria do Matosa,
O Sporting ganha ao Benfica.
Toda a gente bate palmas…,
Só o Bruno triste fica!...

De regresso ao Albergue,
Os polícias vão a pé.
Fazer bem a digestão
P’ra eles importante é…

P’ra comprovar por onde anda,
Foto a vestir o pijama,
Ao Matosa é tirada
Quando se vai para a cama.

Da “sessão” no Bom Retiro
Os ecos fazem-se ouvir
E, ao recordar algumas,
Há quem se ria a bom rir!...

A partir do balneário,
Todo o ar é poluído,
Pois encontra-se lá o Bruno
A ficar desobstruído!...

É fechada a camarata,
Que o ambiente é perigoso…
E ao Bruno é atribuída
A alcunha de “O Cheiroso”!...

Novo tema vem à baila,
A vítima é o Zé Marinho,
Pois parece uma Harley Davidson,
Segundo o Teles, Pedrinho!...

A “pombinha, dos pombinhos”,
Entra também em acção
E atira: “Estes gajos
Piores que gajas são”!...

O que são “gajas”, indaga
Logo alguém do nosso lado…
E continua o diálogo
Com o “pombinho” calado.

Antes da hora marcada,
Começa a haver movimento.
Todos querem despachar-se,
Não haja algum contratempo…


Com música das touradas,
Acorda o despertador,
Que o nosso presidente
Nos quer despertar melhor!...

Fazem-se contas à noite
P’ra ver quem mais ressonou.
Como não houve consenso,
Ninguém, o prémio ganhou!...

Lavam-se os olhos à pressa,
Põem-se os sacos na carrinha;
Faz-se a revista geral
Da camarata à cozinha.

A foto de hoje à saída
Conta com os dois “pombinhos”
Que, como nós, mas a pé,
Seguem os mesmos caminhos.

Mesmo não sendo escuteiro,
Serafim faz boa acção;
Do seu “saco das moengas”
Tira para dar a um cão.

Param p’ra pequeno-almoço
No Ponte Nove Café
E, de novo, carimbada
A nossa credencial é.

Enquanto o pelotão vai
A caminho de Valença,
Jogamos o “geocashing”,
Que é uma actividade intensa!...

No Castro de Cossourado,
Não vemos nada, de novo,
Será que foi vandalismo?...
Lá vai outro “mail” p’ra o povo!...

Mas valeu a pena ir lá
Pela soberba paisagem
Que lá de cima avistámos
Antes de seguir viagem.

Na Junta de Freguesia
De Fontoura vai o Nuno
Pedir um novo carimbo,
Solícito e oportuno…



E na chegada a Valença,
No Convento de Ganfei,
Procurámos outra “cash”…,
Vejam!... Fui eu que a encontrei!...

À chegada de Ganfei
Com a eslovena medalha,
Chega também o pelotão…
Parámos junto à muralha.

Há reabastecimento:
Pão e fruta, também águas,
Para retemperar forças
E, se as há, afogar mágoas…

Chega aí a informação
Que a Mindelo, ao Outlet,
Três esposas, BTTistas,
Vão ao toucinho e “baguete”.

Na Guarda Republicana
Há nova carimbadela,
Que cada credencial
Está mesmo à espera dela.

Separámo-nos, de novo,
À saída de Valença.
Atravessámos a ponte
Sem passaporte, ou licença!...

Na Sé Catedral de Tui,
Faz escala, o pelotão
Para “sellar y firmar”
Credenciais, pois então?!...

A catedral é lindíssima,
Um “ex-libris” de Espanha,
Obra românica e gótica
De imponência tamanha…

Faz-se à estrada o pelotão,
Em direcção a Porriño.
E nós ficamos em Tui
À procura do caminho!...

Procuramos o caminho
P’ra ir à Ponte Romana,
Onde há uma “cash” escondida
Para ver se nos engana.


Andámos ali às voltas,
E até passámos à beira,
Mas o azimute falhou…,
Vai bonita a brincadeira…

Telefonam as três damas
A dizer que já chegaram.
O “outlet” está fechado,
Alimentos não compraram.

Vão fazer compras ali,
Enquanto por nós esperam.
E nós à procura delas,
Com as pistas que nos deram.

Seguindo a nossa pista,
Vamos p’la a rua central
A ponto de ir dar a volta
Para lá da Catedral.

Voltamos de novo à ponte
E a “cash” ali encontramos
C’uma medalha alemã
E connosco a levamos.

Encontramos a seguir
As três senhoras, também…
Tal como o pequeno Pedro,
Vemos que estão todas bem.

Traz lotação em excesso
O carro das cavalheiras,
Pois passageiros são dois…,
E mais quatro passageiras!...

Seguimos para Porriño
Ao encontro do pelotão
Que, entretanto, teve um furo
Que pede reparação.


Uma autêntica oficina,
Ali se monta, ambulante…,
Ficam de rodas p’ra o ar
Todas biclas num instante!...

Fazem-se as assistências
E reparações mecânicas,
Enquanto as senhoras fazem
Grandes sandes, que dinâmicas!...

O Bruno é pressionado
E conta, um tanto medroso,
Que no Albergue em Rubiães,
O alcunharam de “O Cheiroso”!...

Da oficina e da merenda
São as fotos eloquentes,
Tiradas lá no local
Por fotógrafos diferentes.

Vamos em busca do Albergue,
O p’lotão faz-se ao caminho…
A seguir é Redondela,
Deixamos p’ra trás Porriño.

Antes de deixar Porriño,
Com destino a Redondela,
Vai “sellar” credenciais
O Nuno ao Bar “A Capela”.

Vamos visitar o Albergue
De Redondela, também,
E novo “sello y fecha”
O Nuno ali obtém.

Após pequena paragem,
Mesmo em frente ao Albergue,
O pelotão volta à estrada,
Para Pontevedra segue.

Seguem também o caminho
Os dois carros apoiantes,
Com a missão de ir à água
P’ra fazer refrigerantes.

Só quando estacionámos
Em frente ao Albergue e vimos
Vazios, os garrafões,
Ir à água, decidimos.


Enquanto fomos à água,
As senhoras, bem contentes,
Foram comprar uma escova
P’ra o Nuno lavar os dentes!...

No caminho os BTTistas
Têm que atravessar um rio,
Com bicicletas à mão,
Ou às costas…, que arrepio!...

Encontram um peregrino
Que vai em sentido contrário…
Vai à procura de um livro
Que perdeu…, o seu diário?!...

Com uma grande mochila,
Que até parece um carrinho
Que tem “asas e tem rodas”…,
Vêem outro peregrino!...

Passam por outros ciclistas
Que vêm de Portugal…
Não é uma competição…
Vão à frente?!..., não faz mal!...

Quando chegam, finalmente,
Tiram-se os sacos p’ra o chão
E cada um leva a pé
O seu para a Recepção.

Cumprem-se as formalidades,
Dá-se banho às bicicletas
E, a seguir, vão, também,
Tomar banho os atletas.

O Nuno providencia
As credenciais “sellar”,
Que é importante ter o “sello”
De onde se pernoitar.

Nós, os do carro de apoio,
Vamos p’ra o nosso trabalho…
Se agora não der com esta,
Fico F…, C…

Começa-se a procurar
Nas Tílias e na Alameda…
Será que é naquele arbusto
Que se encontra aquela m…?


Para trás e para a frente,
Os dois, um p’ra cada lado…
Procurámos sem parar,
Sem nada ter encontrado.

Por um grupo de rapazes
Somos ali indagados:
Perderam alguma coisa,
Ou estão mesmo passados?!...

Sem saber bem onde andamos,
Resolvemos regressar
E, ao chegar ao Albergue,
Já os outros vão jantar.

Eu, por mim até ia logo,
Com eles p’ra o restaurante,
Mas o chefe decidiu-se
Por um duche, num instante.

Como ele estava passado
Dos carretos por completo,
Depois de avisar os outros,
Achei bem ficar por perto.

Com as senhoras e o Pedro
Connosco, começa a farra
E vem logo, logo à frente
A da “loira e da jarra”!...

O Pedrito não quer ir
Co’a mãe para Portugal,
Pois quer ficar com o pai
Para a etapa final.

Os tais ciclistas que, à tarde,
Não qu’riam competição
Ficaram de abrir a porta,
P’ra entrarmos, da Recepção.

Só que…, puseram-se a andar,
Sem qualquer informação…
E, p’ra nos abrir a porta,
Um saltou a vedação!...

Não estavam bem definidas
As camas para dormir
E alguns juntaram duas,
P’ra mais ‘spaço usufruir!...


O Bruno, no W.C.,
Com o Pedro Serafim,
Reedita Rubiães
E dá o mote p’ra o festim!...

Mas, o corpo está cansado
E reclama por descanso
E, antes das dez da noite,
Dá-se início ao “ressonanço”!...

Não saímos, de manhã,
Rumo a Caldas de Reis,
Sem primeiro tirar foto,
Como é costume e sabeis.

Nos “Servicios Hoteleros
Luanpe” e “Méson Don Pulpo”
As nossas credenciais
Acolhem um “sello” duplo.

Em Caldas de Reis há Feira
E nós paramos lá perto
P’ra beber água das Caldas
Com fontes a céu aberto.

A água é quente e saudável,
Ao menos assim parece,
A avaliar pela gente
Que ali bebe e se abastece.

O Centro Óptico fica,
Também, ali mesmo ao pé
E p’ra nos pôr “sello y fecha”
Pelo Nuno eleito é.

Um jovem chama p’la irmã
E voltam os dois atrás…
Dizem ser de dinossauro
Os ossos que gente traz!...

Após pequena paragem,
Arrancámos p’ra Padrón…
Mais dezanove quilómetros
P’ra saberdes o que é bom!...

O trilho é paralelo
À Quinhentos e cinquenta,
Por isso vamos nas calmas,
Em marcha serena e lenta.


Não podia dispensar-se
Novo “sello” em Padrón
E, desta vez é “nO Carro”,
Um café-bar bodegón.

Em Padrón vemos o Albergue,
O Convento e Fonte Carme,
Golfinhos, a mergulhar
Num lago, com muito charme;

A senhora vendedeira
Dos pimentos de Padrón,
Santiaguiño do Monte,
Iria Flávia e Pédron.

Depois de Iria Flávia,
O destino é Santiago,
Parando no Albergue, em Teo,
P’ra descansar um bocado.

O carro de apoio roda
Pelas “calles” à procura
De local p’ra estacionar,
Tarefa ingrata e dura.

Finalmente conseguimos,
Mesmo arrastando o atrelado,
E fomos os dois a pé
Em busca do Santiago.

Ao chegar ao Obradoiro,
Já estavam lá os BTTs
Que até chegaram primeiro
Ao destino, desta vez!...

Tiram-se fotos…, quem quer
Vai dentro da Catedral
E a seguir à “Oficina”
Que põe o “sello” final.

As nossas credenciais
Dão lugar à “COMPOSTELA”…
Até eu fiz de ciclista
Para ter direito a ela!...

Vamos em busca do carro,
Pôr as “bikes” no atrelado
E dizer o nosso adeus
À “ciudad” de Santiago.


Um condutor de autocarro,
Num semáforo entra mal?!...
Fica entalado porque usa
“Óculos de cabedal”!...

Para sair, na rotunda,
P’ra a Quinhentos e cinquenta,
Passamos à frente e vamos
P’ra Teo outra …enta.

Adeus banho no Albergue
De Teo, pois não há atalhos.
Vamos ver se conseguimos
Aviar-nos em Briallos…

Briallos, que rico Albergue!...
Oh!... Afinal ‘stá fechado…
Não vamos a Pontevedra…,
Vamos tentar noutro lado!...

O presidente decide,
Que o banho não se dispensa…
Vamos tomá-lo ao Albergue
São Teotónio em Valença.

Com a estrada irregular,
As bicicletas, coitadas,
De tanto saltar lá atrás,
Já vão, meio enjoadas.

Os donos delas, também,
Apertam o coração
E vão dizendo p’ra a frente:
Isto não é um avião!...

São Teotónio ‘stá fechado,
Mas, co’a ajuda dum bombeiro,
Telefona-se e, num ápice,
Vem abri-lo um escuteiro.

Sem “roaming” telefonamos
A dar ideia da hora
Em que a casa chegaremos,
Quando nos formos embora.

Já vestidos “à civil”
Os BTTs foliões
Dão ordem para partirmos
Rumo ao “Rei dos Leitões”!...


A boa disposição,
Uma vez mais, é rainha…
Nós convivemos à mesa,
Faz-se o jantar na cozinha.

O Matosa usa a palavra
P’ra a todos agradecer
Estes três dias fantásticos
Que ao Norte veio viver.

Contas feitas, rumo a casa…,
Nosso destino é Felgueiras.
Dentro do nosso “avião”
Prosseguem as brincadeiras!...

O porta-voz da assembleia
Republicana dá conta
De um decreto aprovado,
O qual a todos afronta!...

Descontar mais p’ra o governo?!...
Todos ‘stão já habituados
Mas ir p’ra a fila do preto
Para serem enrabados?!...

Vamos na A Vinte e Oito,
Com piso bem regular,
E ao piloto do avião
Pedem para acelerar.

Desafiam qualquer carro
Para uma corridinha
Com o nosso avião feito,
Sem asas, de uma carrinha!...

E, quando junto à portagem,
A menina abriu a porta
Para tirar o “ticket”
Ouviu o que ninguém gosta!...

E, quando passou por nós,
Lá nos foi dizendo adeus,
Fazendo gestos co’a mão…,
Ide p’ra o C…, seus…!...

Conseguimos finalmente
Chegar ao fim da viagem,
Após três dias magníficos
De bela camaradagem.


Tal como fez o Matosa,
Também quero agradecer
E, ainda, pedir desculpa,
Se alguém calhou de ofender.

E, com estas simples quadras,
Quero fazer homenagem
A todos, sem excepção,
Com quem fui nesta viagem!...

Com um grande obrigado,
Fernando Machado

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